quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Agricultura orgânica



Apos ler os post's anteriores você já deve saber


A Agricultura orgânica só tem um grande objetivo


Pensar em nosso futuro


Dos animais, dos seres humanos e do meio ambiente.





 Com isso em mente gostaríamos de dizer vamos trilhar essa estrada para o futuro melhor chamada agricultura orgânica.






Vamos juntos praticar e incentivar a  agricultura orgânica, pois ela só que uma coisa para nos um futuro  melhor para todos.






Agricultura Orgânica para uma vida e um mundo melhor.

Qualidade e valor nutricional dos alimentos orgânicos

Há evidências de que, pelo menos para alguns produtos, o cultivo orgânico resulta em melhor sabor do que o equivalente convencional. Porém, isso pode não ser verdadeiro para todos os produtos. Um relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimento) concluiu que maçãs do tipo "Golden Delicious" cultivadas organicamente são mais firmes e receberam melhores notas para sabor de um painel de análise sensorial do que maçãs cultivadas convencionalmente. Esse relatório também destaca outros estudos onde foi possível mostrar que os tomates orgânicos são mais adocicados e que cenouras orgânicas têm melhor sabor. Além disso, demonstra que os produtos orgânicos apresentam maiores níveis de antioxidantes o que, entretanto, pode resultar em um sabor "amargo" mais acentuado, especialmente nos vegetais folhosos. O relatório "Food safety and quality as affected by organic farming" pode ser consultado no site da FAO (http://www.fao.org/docrep/meeting/X4983e.htm#d). Uma revisão dos resultados de pesquisa disponíveis, comparando o valor nutricional de produtos orgânicos e convencionais, envolvendo 41 estudos com 1.240 comparações de 35 vitaminas e minerais, foi feita na Universidade Johns Hopkins, Baltimore, EUA e mostrou que os alimentos orgânicos apresentam mais minerais e vitaminas e menos nitrato (Worthington, 1998). As maiores diferenças entre os vegetais testados foram para os teores de magnésio, de vitamina C e de ferro (29, 27 e 21% mais altos nos produtos orgânicos, respectivamente). Além disso, os produtos orgânicos sempre apresentaram menor nível de nitratos (em média 15 % menor) e menos metais pesados do que os produtos cultivados convencionalmente. Estudos feitos no Sistema Integrado de Produção Agroecológica, conhecido como "Fazendinha Agroecológica Km 47" também mostram menor acumulação de nitratos em alface e couve produzidos organicamente, quando comparados aos produzidos com adubo mineral (Braga, 1997; Zago et al., 1999). A revisão feita por Worthington (1998) também avaliou os resultados dos estudos onde se procurou comparar os efeitos da alimentação orgânica sobre a saúde e verificou que apesar das limitações metodológicas, os alimentos orgânicos tiveram efeito positivo sobre a saúde dos animais usados nos testes. Os efeitos foram mais acentuados nos animais recém-nascidos ou enfraquecidos por doenças. Por Thiago Costa

Mas afinal, o que é um produto orgânico?

A resposta mais comum que se tem é a de que são produtos sem agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, e outros produtos sintéticos. Esta é uma definição que consideramos incompleta e simplista demais. Na verdade, os sistemas de produção orgânica, tal como definido internacionalmente no Codex Alimentarius (um Programa Conjunto da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação - FAO e da Organização Mundial da Saúde - OMS criado para proteger a saúde da população, assegurando práticas eqüitativas no comércio regional e internacional de alimentos) e no Brasil, pela Lei no. 10831 de 23/12/2003 tem por objetivos a sustentabilidade, a proteção do meio ambiente, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável, a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis, bem como o respeito à integridade cultural das comunidades rurais. Assim, definimos agricultura orgânica como sistema de manejo sustentável da unidade de produção, com enfoque holístico que privilegia a preservação ambiental, a agrobiodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem, visando a sustentabilidade social, ambiental e econômica no tempo e no espaço. Baseia-se na conservação dos recursos naturais e não utiliza fertilizantes de alta solubilidade, agrotóxicos, antibióticos, aditivos químico-sintéticos, hormônios, organismos transgênicos e radiações ionizantes (Neves et al.,2004). Para alcançar esses objetivos, a produção orgânica emprega, sempre que possível, métodos biológicos ou mecânicos em contraposição ao uso de materiais sintéticos, privilegiando a agrobiodiversidade. Além disso, na agricultura orgânica não são usados organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização. A agricultura orgânica tem a ver com a qualidade dos alimentos, fibras e demais produtos agrícolas num sentido amplo, que compreende a qualidade ambiental da região produtora, a qualidade de vida do trabalhador rural que tem os mesmos direitos de acesso à saúde, educação e bem-estar que os consumidores, respeito aos animais de criação e preocupação com a terra, que apenas tomamos emprestada das gerações vindouras e que precisamos deixar própria para seu uso e sua sobrevivência. Ao proibir o uso de agrotóxicos na produção agrícola e pecuária, a agricultura orgânica contribui para eliminar a exposição de trabalhadores rurais a esses produtos. Os trabalhos de Waldemar Ferreira de Almeida (ver "Perigos e Precauções na Utilização de Agrotóxicos", publicado em 1984 na Revista da Organização Mundial de Saúde) mostram que a situação no Brasil com relação ao uso de agrotóxicos por agricultores desinformados e semi-alfabetizados é, no mínimo, alarmante. Pesquisadores da FIOCRUZ e do Departamento de Medicina Social, Universidade Federal de Pelotas, para citar apenas 2 grupos independentes de pesquisa, têm relatado a alta freqüência de intoxicações dos trabalhadores, algumas vezes levando à morte ou invalidez permanente e alta incidência de transtornos psiquiátricos. Uma das conclusões do trabalho de Faria et al. (2004) e Meneghel et al. (2004) é que "a elevada utilização de agrotóxicos, sem os cuidados necessários, tem contribuído para a degradação ambiental e o aumento das intoxicações ocupacionais, sendo um dos principais problemas de saúde pública no meio rural brasileiro". Os estudos ainda mostram que há um grave subregistro dos casos de intoxicação, o que minimiza o problema em nosso país. As normas do Codex Alimentarius, as regulamentações européias e de diversos outros países têm, seguidamente, diminuído os limites máximos de resíduos permitidos nos alimentos de um modo geral e proibido o uso de diversos produtos, baseados em relatórios do Comitê Conjunto FAO/OMS para Discussão dos Resíduos de Pesticidas em Alimentos, um grupo, criado em 1963, do qual fazem parte especialistas de diversas áreas do conhecimento. O Codex dispõe de uma base de dados sobre limites máximos de resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários permitidos em alimentos. No Brasil, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), iniciado em 2001 para "avaliar a qualidade dos alimentos em relação ao uso de agrotóxicos, vindo ao encontro aos anseios dos profissionais voltados à melhoria da qualidade de vida da população, bem como da própria sociedade, fornecendo a estes uma ferramenta apta a garantir a qualidade e segurança alimentar no que tange aos resíduos de agrotóxicos". O relatório completo pode ser obtido em O relatório da ANVISA diz que "o uso de agrotóxicos no processo de produção agrícola e a conseqüente contaminação dos alimentos, têm sido alvo de constante preocupação no âmbito da saúde pública, gerando a necessidade de realização da avaliação toxicológica e do estabelecimento de parâmetros de segurança relativos à sua utilização, bem como de programas e ações de controle, cientificamente embasados e tecnicamente aplicáveis. A exposição de pessoas aos agrotóxicos pode ser atribuída tanto ao consumo de alimentos oriundos da produção agropecuária onde estes são usados, quanto ao contato direto, no caso dos aplicadores rurais e/ou manipuladores, ou ainda ao contato indireto, como no caso das populações que estão sujeitas à aplicação de agrotóxicos para controle de vetores das endemias". Por Thiago Costa