sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Projeto de agricultura orgânica no Paraná é exemplo para o país.

Consultores e gestores do Sistema Sebrae de 24 Estados da Federação participaram do Curso de Formação em Agricultura Orgânica, oferecido em Toledo, na região oeste do Paraná. O curso, encerrado na última quarta, dia 30, e ministrado pelo Instituto Maytenus, abordou questões teóricas relacionadas à fundamentação da agricultura orgânica, estatísticas de produção e consumo, vendas, entre outros. Os participantes ainda fizeram visitas técnicas nos municípios de Iracema do Oeste, Quatro Pontes, Pato Bragado, Jesuítas e Marechal Cândido Rondon, para conhecer as práticas adotadas por produtores orgânicos.A experiência positiva em agricultura orgânica do Projeto Distrito Agroalimentar do Oeste do Paraná, desenvolvido pelo Sebrae/PR em seis municípios do médio-oeste chamou a atenção do Sistema Sebrae.

— A agricultura orgânica como atividade sustentável e rentável, mesmo em pequenas propriedades, fez com que realizássemos esse evento aqui — afirmou a coordenadora nacional da Carteira de Orgânicos do Sebrae Nacional, Newman Costa.

Ela disse ainda que a proposta do curso é levar conhecimento para todos os estados, para que os consultores e gestores possam articular projetos que gerem, de fato, emprego e renda.

— Que se transformem em negócios sustentáveis, seguindo o exemplo do Paraná — destacou.

O gestor do Projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais) do Sebrae em Rondônia, Ronaldo Nina, destacou que o Paraná está muito desenvolvido na área de orgânicos.

— Essa troca de experiências é fundamental para buscarmos soluções, pois vemos que os problemas são semelhantes nos outros estados e conseguimos crescer juntos — concluiu o gestor.

A agricultura orgânica reduz a fadiga do terreno e o consumo de água, ao eliminar o uso de produtos químicos, afirmou o presidente da Unión de Campesinos de Castilla y León (UCCL), José Manuel de las Heras, na abertura da VII Feira da Biodiversidade, realizada semana passada em Burgos, na Espanha. De las Heras explicou que a feira, organizada pela UCCL a cada sete anos pretende dar a conhecer práticas de produção agrícola que são "mais saudáveis e sustentáveis", ao mesmo tempo que põe em contato diretamente os produtores com os consumidores, que tem a oportunidade de conhecer"como são realmente os produtos de qualidade de nossos campos e qual é o preço justo, sem intermediários".
O presidente da UCCL reconheceu que a agricultura orgânica não está todavía muito desenvolvida em Castilla y León. Por isso o exemplo da provincia de Burgos, onde estes procedimentos são utilizados em apenas 1% da superficie cultivada na provincia.Na última campanha foram registrados como superficie dedicadas a agricultura orgânica uns 3.500 hectáres de cerca de 500.000 que se cultivam em Burgos. Sem dúvida, tratam-se de práticas que vão avançando de maneira muito notável e a superficie de cultivos ecológicos em Burgos tem-se triplicado desde a primera edição da Feira da Biodiversidade fazem sete anos.Tão pouco o número de agricultores que optam por estas práticas é demasiado elevado, ja que são pouco mais de meia centena.

Não obstante, De las Heras defende a agricultura orgânica como "uma saída profissional com futuro, graças as vantagens econômicas que se põe". Na sua opinião, não se trata tanto de obter uma maior produção sem reduzir custos, algo que é "especialmente importante para os agricultores, aroxados pelo aumento do preços de elementos como combustive e os adubos minerais".Neste sentido, explica que, além de reduzir o custo que se coloca na terra como os adubos minerais, isto provoca uma maior resistência aos cultivos de seco, o que reduz consumo de água, "com a redução dos custos que também implica".

O presidente da UCCL considerou que estas práticas ecológicas de cultivo são especialmente adequadas para cereais, oleaginosas e leguminosas, que são tipos de cultivos muito extensos em Castilla e León. A consequência deste tipo de prática na agricultura não se traduz em uma maior rendimento por hectare, mas permite aos agricultores reduzir custos e poder colocar produtos no mercado com selo de respeito ecológico, ademais poder fixar preços mais reduzidos com produtos de primeira qualidade.

Por Damires Santos

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